brilharete

a pensar, a pensar... ... ganhou Einstein o Prémio Nobel (Estou cansada. Quem me dera se "dondoca".)

Tuesday, June 27, 2006

Qualidade ...

O ensino de qualidade é (ao que parece) aquele onde os alunos não reprovam. Nunca! Nem mesmo se tiverem feito tudo o que está ao seu alcance para isso.
Para se reprovar um menino, tem de se ter proposto e acompanhado a criatura nos famigerados planos de recuperação; tem de se justificar muito bem, em acta, as razões que levam o grupo de professores a não deixar a criança progredir: o que fizeram, que medidas tomaram, etc (tudo os professores, quase nada os meninos & seus pais), tem de se elaborar o plano de acompanhamento (que, na minha escola é, no mínimo 7 folhas por miúdo), tem de se pedir a opinião - o parecer - ao enc. de educação, tem de se ver se o fedelho deve ser encaminhado para o SPO/NAE (serviços de psicologia e orientação/núcleo de apoios educativos), se deve ser acompanhado por um tutor, se deve frequentar salas de estudo e em que modalidade, se deve ser proposto para aulas de apoio, etc.
Se o miúdo, por infelicidade do director de turma, já tiver "chumbado" mais alguma vez, ainda há que elaborar um relatório pormenorizado onde se expõe pormenorizadamente a situação passada, presente e se perspectiva o futuro do aluno, tentando descortinar o "que será melhor para ele"... (se aprender e saber não é bom para o menino, se isso lhe provoca mal-estar ou angustia, então deve ir passando..., porque não faz sentido nenhum não proguedir quem não tem, efectivemente, nem capacidades nem trabalho realizado!)
Mesmo assim, os alunos estão "protegidos" por uns regulamentos, podendo perfeitamente passar tendo ultrapassado o limite de faltas injustificadas (o que é um limite?) e mesmo carregados de negativas - basta que o colectivo de professores prespective que a criatura terá capacidade de terminar o ciclo de estudos em que está inserido. Faz-se futurulogia, olha-se para a bola de cristal, atiram-se os búzios e, ... bora lá!
Resta saber que se votam para passar meninos porque "se esforçaram tanto, mas não conseguiram..." e também aqueles que "até têm capacidades, mas não se esforçaram..."

Na realidade, os alunos chegam a este estado no fim do ano por preguiça pura e simples. Deles e dos seus pais, que não têm mão neles nem lhes apetece gastar os seus tempos livres a aborrecer-se com a prole. Pura e simplesmente não fazem nada: nas aulas, em casa, nos planos de recuperação (que eles e os seus pais assinaram...) e claro, a ignorância "acumula-se" de ano para ano, sendo, ás tantas, impossível para os miúdos perceberem aquilo de que se fala nas aulas. E tentar recuperar dá trabalho...

É efectivamente UMA VERGONHA.

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